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O voto de protesto e o coeficiente eleitoral. Bomba!

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O voto de protesto e o coeficiente eleitoral. Bomba!
Por: Liev Ferreira Botelho Galvão

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downloadComo as pesquisas já haviam anunciado, Everardo Oliveira da Silva, o conhecido nacionalmente como o palhaço, comediante e cantor Tiririca, amealhou nada menos que 1,3 milhões de votos, sagrando-se o deputado federal mais votado neste ano, e o segundo em toda a história, perdendo apenas para o ex deputado e já falecido Dr. Enéas Carneiro, que em 2002, obteve mais de 1,5 milhões de votos. A comparação, porém, não é muito justa, pois, enquanto do Dr. Enéas era altamente politizado e altamente inteligente, lutava por ideais democráticos, já o comediante Tiririca, não tem nenhum tino para a política, afirmando que sequer sabe as atribuições de um deputado federal, além das sérias suspeitas de ser analfabeto. Contudo, o voto popular é soberano, Tiririca está eleito e deverá assumir sua cadeira no início do próximo ano, a não ser que seja comprovado que é analfabeto, onde não poderá ser empossado, primeiro, porque analfabetos muito embora possam votar, não podem ser votados e ainda, que quando da sua candidatura, Tiririca declarou no TRE que é capaz de ler e escrever, o que configura crime. O Ministério Público de São Paulo já ingressou com denúncia por falsidade ideológica contra o palhaço Tiririca, afirmando que a declaração em que afirma saber ler e escrever foi falsificada. Se o fato for comprovado, todos os votos a ele atribuídos serão considerados nulos. Com efeito, muito embora o voto nitidamente de protesto, onde mais de 1,3 milhões de pessoas foram as urnas, desdenhando da política nacional, não se importando com importância de um deputado federal, acabaram, mesmo sem querer, elegendo candidatos em quem não votaram, vou mais longe, elegeram candidatos que se soubessem, não teriam votado, definitivamente. Um dos candidatos eleitos pelos votos excedentes de Tiririca, foi o delegado da polícia federal, Protógenes Queiroz. Protógenes ficou nacionalmente conhecido por conduzir a operação Satiagarha. Ele hoje, afastado da polícia federal, responde processo criminal por vazamento de informações, fraude processual e violação da lei do sigilo telefônico. Ainda, com salário em torno de R$ 14 mil reais por mês, o delegado afastado declarou à Justiça Eleitoral que tinha guardado em sua casa o montante de R$ 289, mil reais, além de duas casas, totalizando um patrimônio aproximado de R$ 834,5 mil reais. Será que Protogénes foi eleito pela vontade dos eleitores de Tiririca? Duvido muito. O delegado Protógenes teve pouco mais de 94 mil votos. Ainda, pelos votos do palhaço Tiririca, Otoniel Lima e Vanderlei Siraque foram eleitos. O que a maioria não sabe, ou não entende, é que no Brasil, existe o denominado coeficiente eleitoral, em que os votos são do partido, ou seja, são somados todos os votos válidos obtidos por cada partido ou coligação, de forma que, um candidato que recebeu 30 mil votos pode ser eleito enquanto um que recebeu 130 mil votos irá ficará fora, caso que ocorreu este ano com vários candidatos. Assim sendo, o que a maioria pensa tratar-se de brincadeira a candidatura de Tiririca por exemplo, não é, os partidos sempre estão em busca dos chamados “puxadores de votos”, valendo-se de artistas, jogadores de futebol e de várias outras personalidades, visando eleger, às escuras, outros candidatos que não têm a mesma expressão na mídia. Ao final, além do voto de protesto e de celebridades não nos trazer benefício político nenhum, pelo total desconhecimento político dos eleitos, acabam por eleger também, pessoas indesejadas sem o conhecimento e anuência do povo.

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